segunda-feira, 5 de julho de 2010

Poda de Citros

As plantas cítricas, laranjeira, tangerineira, mexeriqueira, limeira, limoeiro, etc, apresentam crescimento mais lento que a maioria da plantas até agora estudados, e possuem uma tendência de fechamento de copa e suas folhas não caem por ocasião da chegada do frio, ou seja, as plantas não entram em dormência. Daí suas podas serem diferenciadas.
As podas que devemos realizar em plantas cítricas são:
- de formação – quando são mudas de 1º ano, onde procuramos “limpar” o interior da copa da planta, eliminado ramos com crescimento muito vigoroso para cima e voltados para o interior da copa, eliminamos também qualquer sinal de frutos porque nesta época somente roubariam energia da planta.
- de limpeza – a partir do 2º ano, durante a fase da planta em que não está frutificando nos meses frios, eliminamos ramos cruzados, voltados para dentro, paralelos, e ramos que apresentam algum sintoma de doenças e pragas (rubelose, leprose, brocas, pulgões e cochonilhas).
Então, como vimos, somente realizamos podas nas plantas cítricas caso seja necessário algum manejo de limpeza do interior da sua copa ou algum ataque de pragas ou doenças.

Adriane C. Baccaro
Engª Agrônoma
Boutin Campo e Jardim
(41) 3027-5133

Poda do Caquizeiro

As plantas de caquizeiro são muito sensíveis ao transplante e demoram muito a recuperarem seu poder de crescimento. Por isso, principalmente o primeiro ano de desenvolvimento, os ramos são pequenos e necessitam de encurtamento para estimular brotações mais fortes e mais ramificações. Então após transplante não realizamos nenhum manejo de poda na planta e com um ano de idade encurtamos seus ramos.


Nas podas do 2º ano, onde já as brotações estão mais vigorosas, eliminamos ramos indesejáveis, ou seja, aqueles com crescimento muito vigoroso para cima, voltados para dentro da copa, entrecruzados, paralelos, etc, estimulando a abertura da copa, e nunca mais despontar os ramos, pois no caso do caqui são produtivos aqueles que se formam no ano em cima dos ramos do ano anterior, portanto possui frutificação muito semelhante ao da figueira e videira.



Do terceiro ano em diante, a tendência do caquizeiro em fechar a copa é evidente e necessita de manejos de poda visando melhorar a estrutura dos ramos, então a condução e eliminação de ramos indesejáveis continua. Porém, também devemos conduzir os ramos visando aumentar seu potencial produtivo, nunca despontar os ramos, ocorre um super ramificação em cima dos ramos do ano anterior, deve-se realizar um raleio dos ramos do ano anterior antes que este fato aconteça.

Poda da Macieira

A macieira é uma planta que apresenta uma condição especial, principalmente no início do seu desenvolvimento e por ocasião de seu florescimento, pois sofre influência direta, no caso de quebra da sua dormência, caso não ocorra quantidades e intensidades de frio suficiente durante o inverno.
Portanto, por ocasião do plantio, se torna necessário que as mudas tenham sido expostas durante pelo menos 40 dias a temperaturas baixas, naturalmente ou em câmaras frias para que esta dormência seja quebrada. Caso estes fatores não tenham ocorrido, o procedimento obrigatório, com a muda plantada durante os meses de inverno, é realizar incisões em forma de ferradura (anelamento) retirando a camada superficial da casca da planta logo acima de 6 a 8 gemas em espiral na planta. Este procedimento “obriga” a quebra da dormência destas gemas, garantindo a brotação deste ramos que sofreram a incisão.
Após a formação da copada as podas de condução são as mesmas das verificadas na ameixeira e pessegueiro, podendo ser conduzida em taça eliminando o pião central.
Mas no caso da macieira a condução da planta pode favorecer o desenvolvimento de um ramo central líder que será a base para a formação de mais dois andares de copa destinados à produção.
Com relação à condução em taça já está estabelecido nas explicações de condução do pessegueiro e ameixeira.
Então, para a condução em guia modificado, que é a manutenção do guia central, na 1º poda faremos o mesmo manejo de eliminar qualquer ramo indesejado, deixando três a quatro pernadas que formarão o primeiro andar produtivo da planta, um ramo central que terá crescimento para cima é deixado e continua seu crescimento para, no ano seguinte, formar o segundo andar produtivo da planta.


Para o segundo ano de desenvolvimento, sempre visando à bifurcação dos ramos e a formação das taças, podamos tanto a primeira quanto a segunda copadas, eliminando ramos indesejáveis, ou seja, entrecruzados, com crescimento vigoroso para cima, paralelos, voltados para baixo, etc, e o último ramo superior, da segunda copada novamente é deixado para a formação do terceiro andar das copas da planta.


Neste terceiro andar da planta, as podas são mínimas desde o início de seu desenvolvimento, cortando somente os poucos ramos indesejados que surgirão na copada. Do terceiro ano em diante as podas tornam-se, além da condução da planta, também podas de frutificação.
Após a formação da copada as podas de condução são as mesmas das verificadas na ameixeira e pessegueiro, podendo ser conduzida em taça eliminando o pião central. Os ramos produtivos da macieira são:
- esporões – mais produtivos, são pequenos e com gemas florais, retirados somente se a planta apresentar um potencial excessivo de produção, pois os frutos seriam de baixa qualidade;
- brindilos – apresentam produção média, têm comprimento maior que os esporões, são finos e flexíveis, apresentam gemas florais e vegetativas;
- misto – têm gemas florais e vegetativas, apresentam uma baixa produção e são os mais podados.

Poda da Pereira

A pereira apresenta um sistema de crescimento muito agressivo no que diz respeito ao comprimento de seus ramos e a tendência que eles têm em crescer verticalmente. Por isso a condução da pereira deve aliar além das podas, um sistema de amarras de ramos visando a abertura da sua copa, o que aumentará a capacidade produtiva da planta, pois a incidência de raios solares no interior da copa de qualquer planta é essencial à sua frutificação.
Vamos priorizar o sistema de condução em taça em pomares domésticos, pois facilita os manejos fitossanitários e de colheita das frutas.
A pereira tem a capacidade de produzir em ramos de 1,2,3 ou 4 anos.
No primeiro ano eliminamos o pião central para favorecer a abertura da copa, eliminamos qualquer brotação abaixo das pernadas da copa, ramos entrecruzados, muito finos, paralelos e com crescimento muito vigoroso para cima, sempre visando a abertura da copa.


A partir do 2º ano, além das podas de condução e limpeza, e das amarrar dos ramos favorecendo uma abertura da copa, devemos nos preocupar com podas de frutificação.
Na pereira existem três tipos de ramos:
- mistos – ramos mais longos, com poucas gemas floríferas e muitas gemas vegetativas, são os mais podados.
- brindilos – são ramos mais curtos e finos que os mistos, possuem gemas floríferas nas pontas, não são podados.
- esporões – ramos mais curtos da planta, possuem crescimento vegetativo somente para formação do esporão do próximo ano, de resto somente produzem frutos.


Do 3º ano em diante, os procedimentos de poda são os mesmos, diferenciando somente que a abertura da copa já está satisfatória e não dependemos mais de amarras, somente mantemos a condução dos ramos para que fiquem inclinados aproximadamente a 60º, para que favoreça ao máximo a produção do ramo.

Poda da Videira

Para conhecermos as podas da videira necessariamente temos que conhecer os sistemas de sustentação das videiras.
Por serem plantas trepadeiras, o sistema de sustentação necessita de apoio, no caso artificial, para que possam produzir. Existem basicamente três tipos de condução das videiras:
- Espaldeira ou cerca


As mudas que serão plantadas em espaldeira devem ter no mínimo 1m de altura, plantadas entre os palanques e amarradas no 1º fio de arame serão podadas 20 cm acima da amarra. Este corte favorecerá as brotações dos ramos das gemas logo abaixo dele, dos quais são escolhidos dois que formarão as duas primeiras pernadas da planta que se fixará no 2º fio de arame. Já no primeiro ano de crescimento vegetativo, o restante das brotações são dispensadas, selecionando-se um pião central que continuará seu crescimento e servirá como base para a formação de um segundo par de pernadas da planta.



No segundo ano de vida da planta, faz-se a limpeza dos ramos indesejáveis que cresceram no período anterior, ou seja, aqueles com crescimento muito vigoroso, entrecruzados, doentes, etc; e no ramo central deixado para servir de base para a próxima pernada da planta, deixamos apenas as duas pernadas que completarão o sistema de sustentação da planta.


A partir do terceiro ano através das gemas dos ramos das quatro pernadas principais da planta é que surgirão os ramos produtivos. Tornam-se necessárias podas destes ramos para favorecer a frutificação da melhor maneira possível.
No sistema em espaldeira basicamente três tipos de podas são utilizadas, que são:
- poda curta a uma gema – deixar somente uma gema.


- poda curta a duas gemas – sempre existem dois ramos produtivos portanto são dois cortes feitos, um no ramo que cresceu no ano anterior, eliminando onde está a 1º gema da base ramo, o outro é feito no ramo que restou logo acima da 2º gema contando da base do ramo.


- poda longa – nos ramos que cresceram no ano anterior conta-se 6 a 10 gemas, na maioria dos casos escolhe-se a média – 8 gemas – e corta-se; daí brotarão 8 ramos que serão produtivos. Um procedimento imprescindível é de que após o corte o ramo deve ser arcado até atingir o arame inferior da espaldeira e amarrado neste para que favoreça a condução dos ramos da sua base não cresçam para dentro da planta e fiquem desordenados para a próxima poda, e também, para que os frutos que eles formarão não fiquem completamente sombreados e escondidos por ocasião da colheita e tratos culturais.




- Latada ou Pérgula
Neste sistema de sustentação são utilizados palanques com altura média de 2 m, em cima destes são fixados, e cruzados, arames lisos galvanizados.
Como a planta, necessariamente, tem que ser sustentada a uma altura de 2m ou mais, temos que conduzir a muda, que vem do comércio com 1m de altura, até a altura da latada. Para isto no plantio tutoramos a muda e procuramos conduzi-la até que atinja a altura desejada, aí sim é podada em sua haste única quando atinge 40cm a mais do que a altura da latada, ficando então com seu primeiro ramo deitado. Após este procedimento são iniciadas as podas conhecidas, a partir do segundo ano de crescimento quando a videira começa o sistema de produção de frutos.


Aqui são reconhecidas todos os tipos de podas, conforme o tipo de uva a ser utilizado e uma a mais que é a chamada poda mista que une as podas curtas 1 ou 2 gemas e poda longa num mesmo ramo:
- poda mista – este modo de podar os ramos une dois tipos de cortes, a curta a uma ou duas gemas mais a poda longa, num mesmo ramo produtivo.


- Semi-Latada ou Semi-Pérgula
Os programas de condução e podas deste sistema são rigorosamente os mesmos dos conhecidos no sistema em latada ou pérgula. O que diferencia os dois sistemas é de que este facilita muito os manejos de controle fitossanitário dos pomares e colheita dos frutos. Tanto este como o sistema em latada são utilizados em locais de alta umidade, afastando as uvas sensíveis a doenças do solo onde concentraria este problema.

Poda da Figueira

No caso da figueira, o sistema de podas é diferenciado, pois é uma planta que produz sempre no ramo de 1 ano, por isso todas as podas juntas, de condução, de frutificação, de limpeza e rejuvenescimento são realizadas numa mesma operação.
Realizar no 1º ano, a 1º poda logo após o plantio, na muda 80cm de altura, eliminar qualquer ramo que estiver presente na planta. Isto estimulará a brotação das gemas localizadas na parte superior da planta, das quais surgirão ramos que no ano seguinte serão escolhidos e deixados 3 ou 4 deles para a primeira frutificação.
No 2º ano nos ramos, que já produziram no ano anterior, podar deixando 2 gemas de onde surgirão 2 ramos que produzirão frutos, aumentando portanto 6 ou 8 galhos produtivos na planta.
No 3º ano, nos ramos do ano anterior, cortar e deixar 2 gemas de onde surgirão mais 2 ramos, acrescendo na planta mais 12 ou 16 ramos produtivos.
No 4º ano, deixar 2 gemas nos ramos do ano anterior de onde se originarão mais 24 ou 32 ramos com capacidade de produção.
A partir do 4º ano os ramos devem ser constantes, conseguimos isto os podando deixando somente 1 gema, e assim sucessivamente.


Poda da Ameixeira

No 1º ano é a poda logo após o plantio, elimina-se o pião central através de um corte com tesoura de poda (em bisel*) para estimular a formação da copa, neste ponto ocorrerá a 1º bifurcação dos galhos e deve ser feita a uma altura de 70 a 80cm.
Devem ser eliminados os ramos mal posicionados, ou seja, os voltados para dentro da copa, ramos cruzados e paralelos e os de crescimento vigoroso para cima. Cada ramo deve ter uma bifurcação estimulando a formação de uma taça, para tanto podar o ramo logo acima de uma gema favorecendo a brotação das gemas mais próximas do corte que devem ser priorizadas.




A partir dos 2º e 3º ano, estimular ainda a arquitetura da planta em forma de taça, com os cortes visando uma bifurcação dos ramos, eliminando ramos muito vigorosos voltados para cima, os ramos voltados para dentro da copa e aqueles entrecruzados e paralelos, enfim o objetivo deve ser deixar a copa vazia. Mas agora também devemos nos preocupar com podas de frutificação, pois a ameixeira produz em ramos de um ano.
Na ameixeira existem 3 tipos de ramos que frutificam: os mistos que têm gemas florais e vegetativas, os brindilos que são floríferose os dardos que são ramos curtos e somente floríferos.
O que deve ser feito por ocasião da poda é, encurtar os ramos mistos e brindilos segurando seu crescimento e favorecendo o desenvolvimento dos frutos. Não mexer nos ramos chamados dardos, mais curtos.

Poda do Pessegueiro

O pessegueiro apresenta diferentes épocas de florescimento entre as suas espécies, respeitando a precocidade ou não de cada uma. Então as podas do pessegueiro devem seguir alguns critérios:
- se for pessegueiro precoce a poda deve ser realizada em plena florada, após a quebra de dormência das plantas para fugirmos do risco de geadas na florada aberta, pois a flor fechada do pessegueiro resiste mais ao frio do que ela estar completamente aberta ou no início da frutificação.
- se for tardia podamos no tarde, nos meses de agosto, também fugindo do risco de geadas pelos mesmos motivos anteriores.
A condução do pessegueiro é feita basicamente buscando uma forma em taça.
No 1º ano é a poda logo após o plantio, elimina-se o pião central, através de um corte com tesoura de poda (em bisel*) para estimular a formação da copa, neste ponto ocorrerá a 1º bifurcação dos galhos e deve ser feita a uma altura de 70 a 80cm. Eliminar, também galhos curtos que poderão já frutificar e com isto consumir muita energia da planta.
Devem ser eliminados os ramos mal posicionados, ou seja, os voltados para dentro da copa, ramos cruzados e paralelos e os de crescimento vigoroso para cima. Cada ramo deve ter uma bifurcação estimulando a formação de uma taça, para tanto podar o ramo logo acima de uma gema favorecendo a brotação das gemas mais próximas do corte que devem ser priorizadas.


A partir dos 2º e 3º ano, estimular ainda a arquitetura da planta em forma de taça, com os cortes visando uma bifurcação dos ramos, eliminando ramos muito vigorosos voltados para cima, os ramos voltados para dentro da copa e aqueles entrecruzados e paralelos, ramos ladrões, enfim o objetivo deve ser deixar a copa vazia e horizontalizar a posição dos ramos, formando um desenho assemelhado à “espinha de peixe”.
Mas agora também devemos nos preocupar com podas de frutificação, pois o pessegueiro produz em ramos de um ano.
Existem 3 tipos de ramos que frutificam:
- os mistos que possuem poucas gemas florais, na base, e bastante vegetativas na ponta que irão formar os ramos para o ano seguinte e fornecer energia para a produção deste ano, estes são maiores, acima de 20cm de comprimento devem ser encurtados em torno de 2/3 do seu tamanho;
- os brindilos são ramos mais finos e flexíveis, também mistos na composição de gemas floríferas e vegetativas, mas por serem menores com até 15cm, têm duração limitada e produzem frutos menores por isso devem ser encurtados em até 50% do seu tamanho;
- os dardos são ramos curtos e somente floríferos, com 3 a 5cm,devem ser eliminados, em parte, para favorecermos as reservas de energia da planta e a produção de frutos de qualidade.

Poda de árvores frutíferas

CONCEITO:
É o conjunto de cortes executados numa árvore, com o objetivo de regularizar a produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre a frutificação e a vegetação normal.

OBJETIVOS DA PODA
- controlar o vigor da planta;
- equilibrar a produção de ramos vegetativos com os ramos frutíferos;
- facilitar a entrada de luz e ar no interior da copa;
- suprimir ramos ladrões, doentes e improdutivos;
- facilitar os tratos culturais e a colheita;
- evitar a alternância de safras, garantindo produções regulares.

TIPOS DE PODA
a) De formação ou condução: proporciona à planta uma altura de tronco e estrutura de ramos adequados à produção de frutas, favorecendo a iluminação e arejamento com distribuição equilibrada de frutos. É realizada todos os anos por ocasião da dormência das plantas nos meses de inverno.
b)De frutificação: regula e melhora a frutificação, ou reduzindo o excesso de vegetação da planta ou reduzindo os ramos frutíferos o que evita a superprodução da planta, o que diminuiria a qualidade dos frutos e acarretaria a decadência rápida da planta.
c) De limpeza e arejamento: feita em todas as fruteiras a qualquer momento do ano, retirando-se ramos doentes, sombreados, com pragas ou mal formados. Realizada principalmente em plantas que não necessitam de poda de frutificação, citros, abacateiro e aceroleira.
d) Poda de rejuvenescimento: praticada quando é necessária a renovação total da copa de uma fruteira. Pode ocorrer em virtude de algum ataque muito intenso de cochonilhas, a planta está muito velha e com pouca produção ou a copa está muito alta.

GRAU DE IMPORTÂNCIA
Com relação à importância da poda em relação a espécie temos:
- Importância decisiva: videira, pessegueiro, nectarineira, quivizeiro e figueira;
- Importância relativa: pereira, macieira, ameixeira, maracujazeiro, goiabeira e caquizeiro;
- Menor importância: citros, abacateiro, mangueira e aceroleira.

ÉPOCA DA PODA
Basicamente pode ser executada em duas épocas. No inverno é chamada de poda em seco e recomendada para frutíferas que perdem as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira, figueira. Os melhores meses do ano para executar esse trabalho são: maio, junho, julho e agosto pois as plantas estão no seu período de dormência. Por ocasião da poda de inverno, deve-se considerar as condições climáticas e o perigo de geadas tardias antes da operação. A poda deve ser iniciada pelas cultivares precoces, passando as de brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões sujeitas a geadas tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo possível, até mesmo quando as plantas já apresentaram uma considerável brotação, normalmente as de ponteiros.

A poda verde ou de verão, por outro lado, é realizada quando a planta está vegetando e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação, a coloração dos frutos e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. É também executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes) como as cítricas, abacateiro, mangueira.
A poda verde consiste em diferentes operações, tais como:
- Desponte tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em comprimento, de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores.
- Desbrota é a supressão de brotos laterais improdutivos, ou seja brotos inúteis, que se desenvolvem à custa das reservas, em detrimento do florescimento e da frutificação.
- Esladroamento é a eliminação total dos ramos ladrões, esses ramos podem nascer do porta-enxerto ou diretamente do tronco, são vigorosos, retílineos e possuem crescimento vertical.
- Desfolha é a supressão das folhas com diversas finalidades: melhor iluminação e arejamento das flores ou dos frutos, eliminação de focos de doenças e pragas iniciadas na folhagem, é um recurso que melhora a coloração de frutos já que alguns necessitam de luz para adquirir coloração (pêra, maçã, ameixa e kiwi). Na videira esse procedimento deve ser cauteloso pois são as folhas próximas aos cachos as responsáveis pela qualidade dos frutos.
- Anelamento é a remoção de um anel de casca da base dos ramos novos que têm por finalidade interromper a descida da seiva e com isso a retenção próximo à sua gema ou ao seu fruto. Isso ocorre em especial com macieira e algumas videiras. Com um canivete, faz-se uma incisão anelar de 2 a 3 mm de profundidade abaixo da gema que deseja-se induzir a brotação.
- Desbaste é a supressão de certa quantidade de frutos de uma árvore, antes da maturação fisiológica destes, assim proporcionar melhor desenvolvimento aos frutos remanescentes. Dentre as finalidades do desbaste pode-se citar: melhorar a qualidade dos frutos (tamanho, cor, sabor e sanidade); evitar a quebra de ramos (superprodução); regularizar a produção e eliminar focos de pragas e doenças. O desbaste é feito à mão quando o fruto ainda se encontra em desenvolvimento inicial e não atingiu 2 cm de diâmetro.
- Desnetamento é uma poda verde aplicada às videiras, consiste em aparar com a unha, ou simplesmente arrancar, os ramos secundários que nascem lateralmente do ramo principal e que são chamados de netos.

Instrumentos para poda
Para uma poda de qualidade, é muito importante saber escolher os materiais específicos para cada tipo de poda. Entre os mais utilizados estão: serrotes, serras, podões, tesouras, etc. Um corte ideal e preciso, realizado de uma só vez, deve observar uma inclinação de 45 0 aproximadamente, no sentido oposto ao da gema mais próxima, o que evita o acúmulo de água, onde pode causar o apodrecimento do ramo e aparecimento de fungos. Cortes de espessura maior que 3,0 cm devem ser protegidos com pastas cicatrizantes à base de cobre. Na supressão de galhos grossos, feita naturalmente com o serrote, o corte deve ser bem rente à base do galho e bem inclinado.



TIPOS DE RAMOS
Nos ramos podem existir brotos vegetativos ou produtivos. Os ramos onde se encontram esses ramos produtivos são chamados de ramos especializados. Ramos especializados são ramos geralmente curtos e muitos deles denominados esporões, com as seguintes denominações:
- Dardos: são estruturas pequenas e pontiagudas, com entrenós muito curtos. Apresentam uma roseta de folhas na extremidade, sendo pouco maior que uma gema.
- Lamburda: ramo curto com nodosidades na base, sem gemas laterais, podendo terminar em gemas vegetativas ou floríferas (coroadas).
- Bolsa: parte curta, inchada, com enorme quantidade de substâncias nutritivas, que formam-se no ponto de união da fruta colhida com o ramo.
- Brindilas: são ramos finos, com diâmetro de 3 a 5mm e 20 cm de comprimento. Em sua ponta, podem apresentar um dardo, uma gema vegetativa ou floral.
- Botão floral: forma arredondada e destacada, em geral, apresenta um volume maior que as gemas vegetativas.





Plantas com ramos mistos
Além de frutificarem sobre os esporões, frutificam também sobre os ramos do ano anterior. Essas fruteiras possuem, consequentemente, crescimento vegetativo e produção de flores, já que os seus ramos possuem gemas vegetativas e floríferas. Ex.: ameixeira, pessegueiro.

Plantas com produção em ramos do ano
Frutificam em flores que surgem sobre os ramos da brotação nova. O ramo frutífero, ao invés de ser formado no inverno, aparece na primavera e floresce abundantemente. Ex.: Plantas cítricas, caquizeiro, figueira, goiabeira.

Artigo em continuação,

Adriane C. Baccaro
Engª Agrônoma
Boutin Campo e Jardim
(41) 3027-5133